sábado, 9 de maio de 2009

Folha Bordô



Continuando o estudo sobre o jazz... De onde ele veio e quando começou?

Há muitas versões que simplificam a origem do jazz, dizendo que primeiro veio o blues e o ragtime, depois Dixieland... Na realidade, segundo Yanow, o jazz foi um contemporâneo de ambos o blues e o ragtime.

Uma das maiores forças do jazz ao longo do tempo tem sido sua habilidade de incorporar elementos de outros estilos musicais e adaptá-los a sua própria linguagem. E isso vem desde o seu nascimento: ritmos africanos levados aos Estados Unidos pelos escravos e transmitidos através de gerações; combinações de marchas, criando um repertório de síncopes; músicas gospel negra; canções entoadas pelos trabalhadores do campo... Tudo isso contribuiu para o formato expressivo do blues e do jazz. A música clássica contribuiu com a entonação, a técnica e a disciplina.

O nascimento do jazz não tem uma data definida, mas localiza-se num contexto de efervescência musical que tomava New Orleans na virada do século XIX-XX: músicos de diversos países da África, da Europa e da América Latina reuniam-se para tocar em recitais de música clássica, ópera, além de muitas festas e desfiles comemorativos, comandados pelas brass bands (bandas de metais). Aliás, uma das hipóteses do nascimento do jazz remete a essas bandas de metais: como frequentemente tinham que tocar longas canções enquanto marchavam por horas, os músicos teriam começado a improvisar, enriquecendo sua música com variações melódicas e novas ideias...
O cornetista Buddy Bolden é considerado o primeiro jazzista da história. A música que eles tocavam ainda não era chamada de “jazz”, o que só aconteceria entre 1915 e 1916, mas a criação da banda de Buddy Bold, em 1895, é usada simbolicamente para datar o nascimento do gênero. Infelizmente, a documentação sobre a criatividade dos artistas afroamericanos dessa época é praticamente inexistente e tampouco há registros sonoros da produção desses artistas. Na verdade, o jazz só seria gravado pela primeira vez em 1917.

Enquanto o jazz estava em sua versão mais elementar na última década do século XIX, o ragtime conquistava os Estados Unidos e consagrava-se como a primeira expressão afroamericana a se popularizar no país, vivendo seu pico entre 1899 e 1914. O maior sucesso desse período foi Maple Leaf Rag, de Scott Joplin. Foram vendidas mais de 75 mil cópias da partitura de Maple Leaf Rag! (Pois é, nessa época, era assim mesmo que se mensurava a repercussão de um sucesso musical, já que as gravações estavam bem no início – e quase nenhum negro tinha acesso a elas).



PS: Queria colocar a música aqui para vocês poderem ouvir, mas ainda não descobri como coloca mp3 aqui no blog... :/ Vou tentar descobrir e aviso quando rolar...

Beijos!

4 comentários:

  1. As histórias do jazz são sempre encantadoras e curiosas. tem a ver com a desenvoltura do músico no século XX. Era toda uma transformação na liberdade com que o músico interpretava sua música e também de atitude. Contam que os músicos costumavam se reunir na porta da igreja para tocar o jazz. Foi quando a bateria começou a entrar na jogada, algum maluco teve a idéia de tocar as diversas peças percussivas por ele mesmo, dizem ainda que os pratos da bateria eram colocadas nas grades da fachada da igreja... quanta vontade de tocar! ahahah
    são coisas que o jazz provoca. O vício.
    :)

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  2. muito boa. não tinha nem noção disso. :)
    tô me sentindo uma inútil com aquele blog tão pessoal depois de ler o seu, mas, simplesmente, não consigo mais mudar. como sempre, tô enrolada mesmo... espero que tenha tido um ótimo final de semana. beijos!!!

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  3. Nada de ínútil, ai ai!! Você não escreve um diário chinfrin. Você faz uma releitura do seu momento de vida e, mais importante, dos seus sentimentos. E isso é sempre muito bom de ler! Sem falar nas músicas e vídeos megalegais! =)
    Beijo, Lu!!

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    Beijo, Sol!! :P

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  4. Ah! Se todos os vícios produzissem coisas tão belas assim, não teria mais lugar no mundo para tanta beleza... E eu teria que viver para sempre numa toca, senão choraria a cada esquina dobrada... ehehehe.

    Beijo de novo!

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