domingo, 28 de junho de 2009

No tempo e no espaço


Exatamente um mês após a última postagem, eis que eu retorno a este blog com novidades. Quem acompanha minha vida mais de perto sabe dos motivos deste sumiço: o acúmulo de trabalho que me fez passar feriados e finais de semana na frente dessa telinha tão amável quanto repugnante. E antes que ouça mais uma vez: não, eu não estou ficando rica. A quantidade de trabalho ainda não é proporcional à quantidade de recursos na minha conta bancária. Quando forem convidados para dar uma voltinha no veleiro Cross... Aí sim! :P

A postagem de hoje é sobre os primórdios do processo de gravação de áudio (já sei até quem vai gostar disso... :P).


Antes da gravação elétrica ser desenvolvida em 1925 e começar a ser disseminada pelo mundo no ano seguinte, tudo era gravado acusticamente – e todos os instrumentos ao mesmo tempo! Os músicos ficavam posicionados ao redor de uma trompa, com os instrumentos mais altos ficando mais longe. Os resultados eram quase sempre estridentes e sem muita fidelidade.

Por isso, as gravações deste período dão uma idéia de como os instrumentistas e cantores daquela época soavam, mas não devem ser comparados a uma apresentação ao vivo, ou coisa do gênero. Em função de problemas para conseguir obter a equalização apropriada, os bateristas não podiam usar todo o set de bateria, os banjos eram preferidos às quase inaudíveis guitarras e os instrumentos de baixo eram considerados opcionais.

Algumas gravadoras tinham engenheiros de som bem criativos, que se aventuravam por soluções alternativas. Já outras ficaram com má fama por causa da barulheira que apresentavam (a Paramount era uma delas, acreditem!). É por isso que para os ouvintes de hoje o jazz gravado antes de 1926 é difícil de gostar. É preciso ouvir com muita vontade (aumentar o volume ajuda! ehehe) para realmente ouvir o que estava rolando naquelas gravações acústicas dos anos 20.

Ah! Como vocês sabem, para escutar os discos, as pessoas usavam um gramofone (inventado pelo alemão Emil Berliner) ou um fonógrafo. O fonógrafo é aquele ali em cima, que foi criado por Thomas Edison (sim, o mesmo que inventou a lâmpada elétrica incandescente - thanx Thomas! eheheh).



Amanhã volto aqui dando um passo bem mais largo na história do jazz. Desculpem a demora neste começo... É que eu tenho uma quedinha especial pelo começo das coisas... Saber quais e como certos fatores precisaram estar espontaneamente - ou não - orquestrados no tempo e no espaço para que algo novo acontecesse ou surgisse é muito... encantador! Não acham? :)

Beijo!